sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Coisas bem nossas




As crônicas de Luiz Antonio Simas têm uma energia pulsante. Moram nelas os partideiros do morro, as benzedeiras com suas arrudas e guinés, as geladas de um bom e velho botequim, os atabaques a chamar os santos, encantados de suas cangiras, paisagens da zona norte, medicinas alternativas, Villa-Lobos cantado por Elizeth numa vitrola arranhada, macumbas tropicais, cenas carnavalescas, enfim, coisas nossas. Com essas "coisas" Simas vai "brincando com os limites entre a História e a crônica a partir das encruzas, contando histórias de ajuremados, vagabundos, bebuns" (...), como ele mesmo escreveu. Desconfio que encontram-se nesse batuque de boteco outros passistas dessa passarela da periferia: João do Rio, Lima Barreto, João Antônio, e todos os outros sem os quais as crônicas de nosso Brasil não seriam verdadeiramente sobre coisas nossas.

Nenhum comentário: