quinta-feira, 12 de abril de 2018

Três da tarde




Oh, Senhores, não quero que me destilem o veneno ou que me descortinem o véu de seus saberes, hoje quero só os sabores.
Cientistas, não quero classificar as borboletas no museu dos insetos, quero assistir ao voo de suas coloridas asas.
O menino que sonhava em ser poeta acordou um dia pensando que o traçado do desenho era apenas uma fronteira na qual as cores encontravam seu limite de ser e que não fazia mais sentido  saber se o volume de dentro é que definia o objeto, permitindo-lhe ser o que era, ou se era o espaço por fora que o contornava, dando-lhe forma e exatidão.
Às três da tarde de um onze de abril qualquer, sento em um banco qualquer de uma praça qualquer e descubro o sentido da vida.

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