Notícia boa! Acaba de sair o romance "Verde, Amarelo, Vermelho" (Editora Kotter), do meu amigo Luisandro Mendes de Souza. Tive o prazer de escrever a apresentação. É um livraço desse professor, escritor e linguista que, além de mergulhar na semântica formal, caminha com perspicácia e sagacidade pela seara da literatura.
O livro pode ser adquirido aqui: https://kotter.com.br/loja/verde-amarelo-vermelho-luisandro-mendes-de-souza/?fbclid=IwAR06X3-k7DpaSUxzkAAl9xDswvxwOm65zKIOl_lxssVROfW4AyLAZVKjx4E
Apresentação
Quem nunca sentiu, pelo
menos uma vez, aquela estranha sensação de ser personagem da própria vida? Quem
nunca se perguntou qual é o seu papel nesse teatro? Talvez o protagonista de
“Verde Amarelo Vermelho” não seja de fato um personagem. Talvez ele seja o
leitor de nossa história (o leitor, aliás, sempre me pareceu um tipo estranho
de personagem). Talvez sejamos nós os atores. Ele nos mostra o quanto somos
fictícios. O que não significa que vivamos de mentira, mas que atuamos sempre
nesse espetáculo que é a realidade. Somos o Maurício interpretando nossa novela
cotidiana. Mas, simples como ele, nem percebemos que, no nosso drama, somos
sempre - e por direito - o personagem principal. O livro, assim, nos mostra o
quanto o ordinário pode morar no comum. Maurício é ordinário também no sentido
popular da palavra, um cafajeste, mas apenas porque deseja muito - e ao mesmo
tempo - Marias e Clarices e Claras e Patrícias e Vanessas. Sim, ele é um
personagem que deseja, e por isso sua vida desinteressante é tão interessante. Seu
desejo vem sempre assim, desavisado, como um pensamento, como “preciso tomar um
sorvete de pistache um dia desses”, e a vontade passa, mas o desejo não. E ele
está sempre ali, pronto para entrar em campo. Dois universos permeiam a
narrativa de Luisandro Mendes de Sousa, o do futebol e o do táxi. O livro faz
lembrar que nossa vida é sempre um jogo. Como Maurício, nos esforçamos para sermos
o juiz, mas nunca passamos de jogadores. Resta saber se nossas faltas nos
ajudarão a vencer as adversidades ou se nos trarão cartões amarelos ou
vermelhos. Somos também motoristas, tentando dirigir nossa própria vida, mas às
vezes, desgovernados, esquecemos de olhar para o sinal. Para entender melhor
tudo isso, o leitor deve começar logo a ler as páginas deste livro. Atenção
para o semáforo se abrindo, Vermelho, Amarelo... Verde... Aceleremos!
Caio Ricardo Bona Moreira
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