Há algum tempo, a Kiara Domit, amiga e escritora, me convidou para uma entrevista para o JMAIS. Tratava-se de uma série especial sobre poetas da região do Vale do Iguaçu. Aceitei com prazer, mesmo não me considerando um poeta com P maiúsculo. Sou apenas um arteiro. Um matuto arteiro. Vaidade? Talvez. Creio que não. Se fosse para ficar famoso, com certeza, eu escolheria um outro caminho. Um caminho mais fácil e que rendesse trocados. Como diria Leminski (acho que ele dizia mais ou menos isso), para ganhar dinheiro seria mais fácil abrir uma banca e vender banana do que fazer poesia. Se é por vaidade, é a vaidade da palavra... (uma daquelas mulheres dengosas que insistem pelo cheiro em dizer: eu estou aqui) uma palavra apressada, que se faz aos trancos e barrancos, mas que sabe que dizer ainda é uma opção... esperar é bom, mas quem gosta de ficar na porta tantas horas esperando o filme começar? Talvez valesse a pena esperar mais um pouco. Talvez a pena nem valesse. No fim das contas uma palavra a mais não vale "nem um" vintém.
"Poeta é quem se considera". A maioria nem escreve... apenas lê. Talvez o poeta escreva apenas para dizer que está aqui. Não acredito em poetas que escrevem para si próprios. Pensar demais pode ser um ponto fraco. Não pensar também. Eu quero comunicar, nem que seja por meio de uma palavra oblíqua, dissimulada - expressiva - eu quero comunicar nem que seja por meio de uma anti-comunicação... POESIA. Lembro-me das palavras de Mario Perniola: "Se for verdade que a poesia é linguagem liberada, é, porém, da mesma forma verdade que essa liberação permanece impotente e separada, não porque produz o poema, mas porque se manifesta em um falar e em uma palavra distintos do falar e da palavra comuns: a poesia monopoliza o significado em uma sociedade na qual a economia monopoliza a realidade". É preciso dizer... mesmo errando. Como dizia o grande Sérgio Sampaio: "Um livro de poesia na gaveta não adianta nada / Lugar de poesia é na calçada / Lugar de quadro é na exposição / Lugar de música é no rádio".
"Poeta é quem se considera". A maioria nem escreve... apenas lê. Talvez o poeta escreva apenas para dizer que está aqui. Não acredito em poetas que escrevem para si próprios. Pensar demais pode ser um ponto fraco. Não pensar também. Eu quero comunicar, nem que seja por meio de uma palavra oblíqua, dissimulada - expressiva - eu quero comunicar nem que seja por meio de uma anti-comunicação... POESIA. Lembro-me das palavras de Mario Perniola: "Se for verdade que a poesia é linguagem liberada, é, porém, da mesma forma verdade que essa liberação permanece impotente e separada, não porque produz o poema, mas porque se manifesta em um falar e em uma palavra distintos do falar e da palavra comuns: a poesia monopoliza o significado em uma sociedade na qual a economia monopoliza a realidade". É preciso dizer... mesmo errando. Como dizia o grande Sérgio Sampaio: "Um livro de poesia na gaveta não adianta nada / Lugar de poesia é na calçada / Lugar de quadro é na exposição / Lugar de música é no rádio".
Confiram também as outras entrevistas... a dos poetas Issak, Amós e Emili
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