Eu prefiro as linhas tortas
Tua blusa entreaberta
As portas piscando 
As pernas tremendo
O olho olhando
A pele lisa, logo sensata
feito a casca de um ovo, ou pernas de Niké de Samotrácia
Pela pele a geometria do corpo é uma matemática abstrata 
A língua mexendo
Lânguida pétala
pousando no chão 
Quem mandou não falar a língua
Não beijar a boca
Não falar a língua da boca
Não deixar que a língua
lenta tocasse a lisa pele
como dizer
do encanto o perfume
Que se esconde por trás
Da mínima pétala 
a ausência
conformando com o silêncio
de uma abelha pairando sobre a flor
num filme de cinema mudo
na melancolia de um filme sem cor 
o corpo do poema é a língua
a LÍNGUA, POEMA DO CORPO
c. moreira 
terça-feira, 26 de agosto de 2008
O CORPO DO POEMA É A LÍNGUA
A LÍNGUA, O POEMA DO CORPO
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Um comentário:
muito bom :)
achei lindíssima a epígrafe do texto, genial!
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