Michel Foucault, no ensaio "Outros Espaços", que integra a coleção Ditos & Escritos, desenvolve o conceito de heterotopia. Segundo o filósofo, vivemos em um tempo que privilegia o espaço e suas relações. O seu ponto de vista é o de que estamos na época do simultâneo, da justaposição, do disperso, momento em que o mundo se experimenta "menos como uma grande via que se desenvolveria através dos tempos do que como uma rede que religa pontos e que entrecruza sua trama" (2001, p. 411). A valorização do espaço não seria uma inovação, mas a maneira como nos relacionamos com ele é típica de nossa época. Na Idade Média a noção predominante de espaço era de "localização", uma concepção que entende o espaço como um conjunto hierarquizado de lugares, profanos e sagrados, protegidos e sem defesa, urbanos e rurais, celestes e terrestres, por exemplo. A partir de Galileu, o espaço passa a ser entendido como infinito e infinitamente aberto. O lugar de uma coisa passa a ser não mais do que um ponto em seu movimento, ou seja, a partir do século XVII, a extensão toma o lugar da localização.
Para Foucault, atualmente, o posicionamento
substitui a extensão, que substituía por sua vez a localização: "O posicionamento
é definido pelas relações de vizinhança entre pontos ou elementos; formalmente,
podem-se descrevê-las como séries, organogramas, grades" (2001, p. 412).
Nesse contexto, não se trata mais de pensarmos se haverá lugar para o homem no
mundo, mas de saber que relações de vizinhança podem ser estabelecidas. Ou
seja, estaríamos em uma época na qual o espaço se ofereceria para nós sob a
forma de "relações de posicionamentos". As utopias e heterotopias,
segundo Foucault, são dois tipos de espaço, que têm a "curiosa propriedade
de estar em relação com todos os outros posicionamentos, mas de um tal modo que
eles suspendem, neutralizam ou invertem o conjunto das relações que se
encontram por eles designadas, refletidas ou pensadas" (2001, p. 414). Enquanto
as utopias são posicionamentos sem lugar real, as heterotopias - utopias
efetivamente realizadas - são espécies de lugares que estão fora de todos os
lugares, embora sejam efetivamente localizáveis.
Penso se o ensaio de Foucault não nos ajudaria a
pensar nas intervenções poéticas urbanas como espaços heterotópicos. Trata-se
de refletir sobre a espacialidade da poesia tendo como elemento norteador uma
ação intervencionista da arte. O lugar da poesia deixa de ser o livro ao migrar
para a praça. Em outras palavras, pensar na poesia como ato e vivência, como
ato e potência simultaneamente. O espaço da intervenção poética é um espaço de art
action. E essa é uma atitude fundamentalmente política. É para usar uma
expressão de Renato Rezende - quando este discute o movimento CEP 20.000[1] -, de uma "política no sentido mais
originário do termo, ao pregar uma nova forma de relacionamento, criação e
fruição artística entre cidadãos da cidade, da pólis" (2010, p.
20).
Chacal e o CEP 20.000
Octavio Paz, em O arco e a lira, escreve
sobre o renascimento da poesia entendida como algo que deve ser vivido por
todos, nesse sentido como arte coletiva da festa. Para o ensaísta, em certos
momentos e lugares, isso de fato é possível: "a arte da festa espera a sua
ressurreição. A festa antiga era baseada na concentração ou encarnação do tempo
mítico num espaço fechado que de repente se torna o centro do universo pela
descida da divindade". Uma festa
moderna obedeceria a um princípio contrário: "a dispersão da palavra em
diferentes espaços, e seu ir e vir de um ao outro, sua perpétua metamorfose,
suas bifurcações e multiplicações, sua reunião final num único espaço e numa
única frase" (PAZ, 2012, p.287-288). Não seria esse o caso de uma
intervenção poética urbana? A produção de uma heterotopia, ou seja, a criação
de um lugar fora do lugar comum, do cotidiano, e ao mesmo tempo a dispersão da
palavra, por meio da festa, em diferentes espaços, em perpétuo movimento e
ação?
Na relação "poesia" e
"intervenção" podemos encontrar aquilo que Octavio Paz encontrou na
aproximação entre os novos meios de comunicação e a poesia, que sinalizam para
o retorno da poesia oral, a volta da poesia como festa, cerimônia, jogo e ato
coletivo:
Em sua origem, a poesia era palavra falada e
ouvida por uma coletividade. Pouco a pouco o signo escrito substituiu a voz
humana, e o leitor individual, o grupo: a poesia se transformou numa
experiência solitária. Agora voltamos à palavra falada e nos reunimos para
escutar os poetas; cada vez mais, em vez de ler poemas, nós os ouvimos - e o
fazemos reunidos em grupo (PAZ, 2012, p. 324).
Reunir poetas e declamar poemas em uma
intervenção poética, abalando o cotidiano da rua, não seria exatamente a
fomentação desse reencontro com a palavra falada? A espacialização da poesia, a
corporalização da palavra, - ressignificando a própria relação entre natureza e
cultura -, na encarnação do poema dito e ouvido com o corpo, com voz e ouvidos,
seria, dessa forma um reencontro com nosso destino ancestral voltado para a
palavra poética, uma cultura que não separada a palavra da natureza. Para Paz,
não é menos revelador o fato de que hoje a recepção de poemas tente a tornar-se
um ato coletivo: "à substituição do livro pelos outros meios de
comunicação e do signo escrito pela voz correspondem a corporalização da
palavra e sua encarnação coletiva" (2012, p. 325).
Renato Rezende, ao ler a obra do poeta Guilherme
Zarvos, observa que nada seria mais urgente do que a destruição e a superação
da estética - tal como ela se delineou na cultura ocidental a partir de Kant -
e o resgate da arte em sua função originária (no sentido da poiesis
grega, arte como produção: dar presença a algo; ou "modo de verdade
compreendida como desvelamento) para desviarmos de um destino niilista"
(2010, p. 38). Nesse sentido, recuperar a função originária da poesia
significaria para a arte recuperar a capacidade de transmitir e compartilhar
uma experiência. Tal gesto, sem sombra de dúvidas, é hoje de resistência e
paixão. Em um primeiro momento a figura do poeta que intervém, que interfere no
espaço urbano com sua poesia é a figura de um marginal. Essa marginalidade, no
entanto, não é de todo ruim. É ela que confere ao poeta a capacidade de ler o
mundo com olhos atentos, já que da margem melhor se olha o centro e o sentido
das coisas. Paulo Leminski, em um dos poemas de Distraídos Venceremos,
prefigurou:
Marginal é quem escreve à margem
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.
marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha
(LEMINSKI, 2002, p. 70)
É também essa marginalidade
que confere ao poeta um "privilegiado lugar de liberdade" que,
segundo Renato Rezende, pode propor de forma autêntica - engajada politicamente
de maneira independente e crítica - uma "nova partilha do sensível"
(REZENDE, 2010, p. 34). In-significante ou in-ofensivo para os desatentos, o
poeta, cujo discurso e postura muitas vezes é a do louco, tem o poder de falar
o que muitos não têm a coragem ou a possibilidade de dizer. Essa nova partilha
do sensível a que se refere Rezende, inspirada em Rancière, redimensiona as
relações entre arte e sociedade, chegando a redimensionar as relações entre
arte e vida. Na contemporaneidade, a distância entre a experiência, o conteúdo
da arte bem como o ato de sua transmissão, no limiar de uma nova partilha do
sensível, é superada[2]. É o que pode se materializar com frequência em
uma intervenção poética, já que ali se dá um outro tipo de contato, ou
partilha, com a obra de arte, muito diferente de como ela é tradicionalmente
(com)partilhada.
Nas intervenções, o papel do público é muito
importante. Não necessariamente porque o público é fundamental para que o
evento aconteça, mas porque na intervenção o público não é entendido apenas
como espectador. Assim como o público é levado a subverter o seu passeio
tradicional - já que a intervenção é uma espécie de abalo sísmico no cotidiano
da rua, uma subversão à vida tradicional -, o público é convocado também a ser
"vivenciador" da poesia, ou seja não passivo ou mero figurante.
Vivenciar a poesia significa aqui não apenas ouvir os poemas que são declamados
na praça, mas declamar também. É comum nas intervenções que os próprios
passantes, estimulados pelo ambiente poético, peguem o megafone e declamem
versos de seus gostos.
Imaginada para ser um espaço transitório de
poesia, um lugar de passagem, a intervenção poética parece recuperar também a
utopia da cidade situacionista, poética por excelência:
Se multiplicarão, digamos, os objetos e os
sujeitos poéticos, desgraçadamente tão raros atualmente que os poucos que
existem assumem uma importância afetiva exagerada; e se organizarão jogos
destes sujeitos poéticos com aqueles objetos poéticos. Este é o nosso programa,
essencialmente transitório. Nossas situações não buscarão acomodação, serão
lugares de passagem (DEBORD, 2007, p. 57).
Em um certo sentido, a cidade e mais
especificamente a praça, nesse contexto, passam a ser vistas como obras de
arte, ou melhor lugares-obras onde ser produz e compartilha arte. Talvez por
isso Guy Debord tenha escrito em um de seus textos situacionistas que
"mudar nossa maneira de ver as ruas é mais importante que mudar nossa
maneira de ver uma pintura" (2007, p. 61). Trata-se de um novo modo de
vida. E ao inverter o ritmo da cidade uma intervenção tem o poder de imaginar
um novo modo de vida.
Guy Debord, The Naked City, 1957
Para o situacionista Constant, um ambiente
amortecido e estéril é o resultado de nosso tempo. A circulação de carros e o
conforto das habitações são as "miseráveis expressões de felicidade
burguesa". Para ele, toda a preocupação lúdica está ausente: "Diante
da necessidade de construir rapidamente cidades inteiras, nos dispomos a
construir cemitérios de concreto armado, em que grande parte da população está
condenada a morrer de tédio (2007, p. 81). Falta, assim, imaginação. E para combater
a falta dela, Constant reivindica a aventura. E para isso, no caminho da utopia
- ou melhor da heterotopia - o situacionista, propõe a criação de situações
novas, que possam romper as leis que impedem o desenvolvimento de atividades
eficazes na vida e na cultura. Trata-se de um pensamento consciente de que nos
encontramos na autora de uma nova era, onde é possível esboçar a imagem de uma
vida mais feliz e de um urbanismo voltado para o prazer. Não seria a
intervenção poética uma atividade voltada não só para a ocupação cultural de
espaços urbanos, mas para a prática efetiva de criação e compartilhamento de
uma arte do porvir, capaz de convidar a cidade para novas relações urbanas e
afetivas/poéticas entre os sujeitos? Ou seja, novas relações entre as pessoas,
a arte e a cidade? Trata-se de pensar a praça como habitat da poesia expandida,
o poema "urbano" - na vida "urbana" - como morada do homem
"urbano", ou mesmo o espaço "urbano" como poema, e não
apenas como sua estância concreta.
O poeta catarinense Lindolf Bell, que foi um dos
idealizadores do movimento Catequese Poética, costumava dizer que acreditou
sempre em um destino oral no poema, porque "é na palavra que está o
destino". Para ele, quando se diz um poema, um poema bem dito,
"acorda-se nas pessoas um destino arcaico" (2010, p. 33). Assim como
no poema há um destino oral, no homem, há um destino poético. No dizer de Bell,
esse destino é comum e se faz por meio da palavra, que por sua vez tem um
destino oral.
Lindolf Bell e a Catequese Poética
O movimento da Catequese Poética foi fundado em
São Paulo em 1964. De lá se espraiou para vários lugares do Brasil, congregando
muitos poetas e simpatizantes. Segundo Péricles Prade, a finalidade do
movimento era catequizar, como sugeria o seu batismo, "levar a poesia ao
conhecimento do grande público por meio de leitura de poemas em lugares
previsíveis e imprevisíveis, como o Viaduto do Chá, em São Paulo, estádios de
futebol, teatros, boates, feiras, clubes, escolas e eventos de toda
natureza" (in BELL, 2009, p. 10). Como em nosso país as pessoas
leem pouco, foi a forma que o movimento encontrou de disseminar poesia e
conduzir a arte ao povo, democratizando-a. O poeta costumava dizer que o lugar
do poema é "onde possa desorganizar" (BELL, 1974, p. XXIII). Tanto a
Catequese Poética, quanto outras atividades culturais de Bell, como a confecção
de camisetas e a inscrição de poemas em praças públicas, são exemplos de
intervenções poéticas que fizeram de Bell além de poeta um mediador cultural.
Uma intervenção poética urbana pode funcionar
como um elemento catalizador deste destino poético que nos irmana uns aos
outros, assim como perpetua o destino oral do poema vivenciado nas declamações
e responsável pelo resgate do sentido da própria poesia, poiésis,
ação.
Percebe-se, hoje, mais do que em qualquer outro
momento uma proliferação de coletivos artísticos, movimentos de intervenção
poética urbana, arte de performance, entre outros movimentos de a(r)tivismo
cultural que, inseridos no universo das art actions, têm revolucionado o
modo de se fazer e compartilhar arte nos espaços urbanos do presente.
Em Brasília, por exemplo, o Coletivo Transverso
espalha poesia pela cidade. Na sua página virtual, lê-se a seguinte definição
do grupo: "ARTE URBANA E POESIA. Encontre o
seu lugar. Particularize. Faça parte. Deixe cicatrizes contemporâneas. Pinturas
Rupestres. Tatuagens Efêmeras. Seja solidário. Transcreva, transmute. Abra
espaço para que as borboletas possam voar sobre o concreto".
Coletivo Transverso
Coletivo Transverso e o poeta Nicolas Behr
O poeta, no universo de sua marginalidade e
invisibilidade encontra formas de deixar marcas na cidade, ou como sugere a
chamada do grupo "cicatrizes contemporâneas", lançando ao espaço e
sobre o concreto o voo poético de borboletas. Em todos os casos impera a
revalorização da arte em espaços urbanos, bem como o incentivo à poesia, essa
atividade tão frágil nos dias de hoje, mas ainda muito capaz de lançar luz
sobre nossas misérias e barbáries.
Michèle Petit, em seu livro A arte de ler,
apresenta muitos casos de pessoas para quem a leitura da literatura foi um
remédio para a vida em tempos de terror ou intensa dor. Primo Levi, por
exemplo, recitava Dante a seu amigo Pikolo, em Auschwitz. Brodsky, condenado a
trabalhos forçados em um lugar próximo ao círculo polar, lia Auden, "de
onde tirava forças para sobreviver e enfrentar os carcereiros" (2009, p.
16). São apenas dois exemplos de resistência da vida por meio da arte. A
leitura, com suas "forças de regeneração", permite ao homem entrar em
contato com aquilo que Todorov chamou de "palavras que ajudam a viver
melhor" (2009, p. 94). Petit pergunta se a leitura pode garantir essas
forças de vida. O que podemos esperar dela em lugares onde a crise é
particularmente intensa, "seja em contextos de guerra ou de repetidas
violências, de deslocamentos de populações mais ou menos forçados, ou de
vertiginosas recessões econômicas?":
Em tais contextos, crianças, adolescentes e
adultos poderiam redescobrir o papel dessa atividade na reconstrução de si mesmos
e, além disso, a contribuição única da literatura e da arte para a atividade
psíquica. Para a vida em suma. A hipótese parecerá paradoxal em uma época de
mutações tecnológicas na qual é a eventual diminuição da prática de leitura o
que preocupa (2009, p. 22).
Se a
leitura do texto literário tem um papel fundamental na construção ou
reconstrução de si mesmo, diante da crise da leitura, da literatura - fato que
levou o já citado Todorov a escrever o livro A Literatura em Perigo - é
urgente pensarmos em estratégias de ações de disseminação que possam
minimamente devolver à literatura um espaço - mesmo que pequeno - que lhe foi
usurpado pela própria história. Não se trata de alimentarmos um discurso
ressentido a choramingar um espaço que provavelmente a literatura nem deseja
reconquistar. Se no século XVIII ou XIX, ou mesmo XX, o texto literário gozou
de uma "importância" que hoje para a maioria das pessoas é nula, é
porque o mundo mudou, e com ele as práticas culturais, suas condições de produção,
circulação e recepção. Portanto, não se trata de lamentar o estado atual da
leitura da literatura, mas de imaginar situações que possam promover um
reencontro, atividade que tem sido cada vez mais vista como possível por meio
das mediações culturais, desenvolvidas na escola ou fora dela. Petit discute as
atividades de fomentação da leitura em espaços não-escolares, principalmente
desenvolvidas por projetos sociais, como um trabalho efetivo de divulgação da
literatura. Os mediadores culturais são responsáveis por promover, dessa forma,
"incríveis experiências literárias compartilhadas" (2009, p. 25).
Petit nos apresenta vários exemplos de projetos
de mediação cultural que proporcionam, de fato, experiências de
intersubjetividade por meio de um incentivo à leitura. Em espaços de crise,
como em comunidades carentes, esse trabalho é mais importante ainda. Na
Colômbia, Luís Soriano, no projeto Alfa e Beto, viaja até os leitores
entregando livros que são transportados em jumentos. No Chile, mediadores
culturais levam livros ilustrados em barcos até as ilhas do sul. O grupo
vaga-lume, no Brasil, atravessa Amazônia para levar a leitura até as pessoas. O
programa Paraderos Paralibros Paraparques, implantados por Fundalectura, dispõe
em jardins públicos livros que podem ser levados para casa. A Cor da Letra
desenvolve desde 1998 projetos centrados na leitura e na literatura em várias
regiões do Brasil: "Esse centro de estudos trabalha com instituições que
se dedicam a cuidar de crianças e jovens em situação de risco, ONGs, escolas
públicas e privadas, hospitais, bibliotecas, centros sociais e culturais, em
especial nos bairros urbanos pobres e no interior"(2009, p. 38). Em União da Vitória, no Paraná, Brasil, o projeto Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, distribui livros pela cidade em intervenções poéticas urbanas. Os livros são confeccionados de forma artesanal no formato cartonera. Daí a Coleção Terezinha Caronera, inspirada nas editoras de livros artesanais da América do Sul, como Eloísa Cartonera, que produz livros à baixo custo.
Paraderos Paralibros Paraparque
Alfa e Beto, de Luis Soriano
Referências:
BELL, Lindolf. Incorporação: doze anos de
poesia: 1962 a 1973. São Paulo: Quiron, 1974.
_____. Melhores Poemas (seleção de
Péricles Prade). São Paulo: Global, 2009.
_____. O Ser Humano e o Destino Poético
(Conferência). In: SANTOS, Jovani Antonio dos. O Ser Humano e o Destino
Poético. Chapecó: Edição do Organizador, 2010.
COLETIVO TRANSVERSO. Disponível em: < http://coletivotransverso.blogspot.com.br/>
Acesso em 10 de dezembro 2015.
CONSTANT. Outra cidade para outra vida. In : Internacional
Situacionista: Deriva, psicogeografia e urbanismo unitário. Porto Alegro:
Deriva, 2007.
DEBORD, Guy. Por uma internacional
situacionista. In : Internacional Situacionista: Deriva, psicogeografia e
urbanismo unitário. Porto Alegro: Deriva, 2007.
FOUCAULT, Michel. Estética: literatura e
pintura, música e cinema. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.
LEMINSKI, Paulo. Distraídos Venceremos. 5
ed. São Paulo: Brasiliense, 2002.
MAPA DE CULTURA. Disponível em:
Acesso em 10
de desembro 2015.
PAZ, Octavio. O arco e a Lira. São Paulo:
Cosac Naify, 2012.
PETIT, Michèle. A arte de ler: ou como resistir
à adversidade. São Paulo: Ed. 34, 2009.
REZENDE, Renato. Guilherme Zarvos, por Renato
Rezende. Rio de Janeiro: Eduerj, 2010.
TODOROV, Tzvetan. A Literatura em Perigo.
Rio de Janeiro, Difel, 2009.
[1] O site da Secretaria de Estado da Cultura, do
Rio de Janeiro, que mapeia sua atividade cultural, traz a seguinte definição e
informações sobre o CEP 20.000:
Tradicionalíssimo encontro de poetas e artistas das mais variadas
vertentes, comemorou 20 anos em 2010. Abreviação para "Centro de
Experimentação Poética", é capitaneado pelo veterano e incansável poeta
Chacal, juntamente com o colega e co-idealizador Guilherme Zarvos. Brindando à
loucura e à experimentação sem preconceitos, o encontro reuniu em suas mais de
duas décadas de existência grande nomes do cenário artístico e cultural carioca,
como Waly Salomão, Michel Melamed, Deborah Colker, Dado Vila-Lobos, José
Damasceno, entre outros.
Visando a descoberta de novos talentos, o CEP também permite que artistas desconhecidos ou que estão começando suas carreiras subam ao palco para mostrar seus trabalhos. Essa troca intensa de experiências dos mais variados estilos coloca o CEP 20.000 como um dos grandes palcos vanguardistas da cidade, com apresentações de música, poesia performática, declamações literárias, entre outras atrações. Mas de nada adiantam as explicações. Como o próprio Chacal disse em seu poema intitulado "CEP", para saber o que é o CEP 20.000 "só indo / só vendo / ouvindo / vivendo" (SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA, 2015)
Visando a descoberta de novos talentos, o CEP também permite que artistas desconhecidos ou que estão começando suas carreiras subam ao palco para mostrar seus trabalhos. Essa troca intensa de experiências dos mais variados estilos coloca o CEP 20.000 como um dos grandes palcos vanguardistas da cidade, com apresentações de música, poesia performática, declamações literárias, entre outras atrações. Mas de nada adiantam as explicações. Como o próprio Chacal disse em seu poema intitulado "CEP", para saber o que é o CEP 20.000 "só indo / só vendo / ouvindo / vivendo" (SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA, 2015)
[2] Segundo
Agamben, "a arte contemporânea é mais efetiva quanto mais logra
desmascarar suas próprias estruturas, deixar a nu os fundamentos do edifício
estético e apontar para suas falhas e fissuras, transcendendo a dimensão do
juízo estético e superando a distância entre a coisa a ser transmitida (a
experiência, o conteúdo) e o ato de transmissão" (apud REZENDE, 2010, p.
38).
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